quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

O que entendemos por educação?

Estamos a começar mais um ano letivo, eu digo a começar mesmo, porque como funcionário do governo do estado de São paulo estou impedido de exercer a profissão que escolhi devido a mais um dos conflitos envolvendo a classe trabalhadora com o estado, aliás não será o último vide o histórico recente das relações que perfazem o último sistema de ensino básico a iniciar o ano letivo no país.
Estamos numa era de transformações em nossa sociedade, econômicas, políticas e culturais, com um avanço tecnológico que nos permite interagir com qualquer outro cidadão que tenha acesso as benesses materiais que ela mesma produziu e até mesmo interagir com outros mundos, passível apenas na literatura e na imaginação do ser humano até pouco tempo atrás em nossa história.
Estamos como nunca a aplicar o verbo universalizar, porém para se tornar único a única solução práticada até agora foi (impor) um universo de fantasia acessível a quem possa comprar, corroborado pela idéia do que a pessoa vale pelo que tens ou o que consegue acumular, idependente do meio que a levou para tal.
Estamos de fato numa realidade em que posições corporativas são mais corretas que as individuais, em que conhecimento ainda é assunto tratado como segurança nacional, em que o coletivo só se legitima ao contemplar todas as posições individuais, em que valores difundidos pelos ditos 'sábios' como tolerância, diálogo, ética e transparência devem ser substituídos por competição e resultados.
Estamos ainda a compreender o significado da palavra 'Educação' inventada como uma forma de se passar com eficiência os conhecimentos necessários a sobreivência nesse mundo que ainda ensaia o que é uma sociedade universal, quem sabe ao apanharmos alguns exemplos de seres humanos excepcionais, seja possível exercer uma igualdade na diferença existente entre cada um de nós.

"Não há diferença fundamental entre o homem e os animais superiores quanto as suas faculdades mentais" Charles Robert Darwin (12/02/1809 - 19/04/1882) - In: A Descendência do homem (1871), p. 34.

para Paulinha.
Mister Ale

2 comentários:

Paula Fonseca Domingues disse...

adoro esse prof!!!
bju da paulinha

Prof. George Marcel Rosa, "tudo mais ou menos". disse...

Sim, sem dúvida é isso. Porém, devo admitir que, como irmão de profissão, nunca pensei que veria alunos recebendo apostilas coloridas. A proposta anterior desse governo (SP) que não deu certo por conta do único entrave, o caderno para o aluno, a princípio, terá mais chances para dar certo esse ano. E só. Porque continuamos com os outros "500" problemas que afligem o dia-a-dia, não só de nosso estado, como dos nossos colegas do Brasil inteiro. E não falo só de salário, não, mas das outras mazelas da sociedade de consumo, hipócrita e preconceituosamente traiçoeira e anti-autruísta, que este mesmo "post" afirmou implicitamente. Aproveitando o embalo, sugiro que se comente, caso considere pertinente, sobre a nova proposta de remuneração e bonificação por desempenho escolar do aluno apresentada pelo Governo de São Paulo. Será que um aluno de uma escola estadual de uma cidade média do interior, por exemplo, tem as mesmas condições de desenvolver suas habilidades e competências escolares que algum outro aluno da periferia de São Paulo? Será que o corpo docente, de modo geral, é igual (em competência e formação) nos dois lugares? É justo uma escola caindo aos pedaços e com severos problemas de violência no seu entorno ser responsabilizada por uma educação deficiente? Então, quem é bom é bom, quem é ruim é ruim,e ponto?

Forte abraço e parabéns pela iniciativa.

Prof. George Marcel Rosa